quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Encontro interinstitucional avalia e articula ações para a Educação a Distância em Goiás


CAPES, UFG, UEG e secretarias de educação discutem com coordenadores de cursos e polos a situação e as perspectivas para a modalidade de ensino no Estado 


No último dia 03, o CIAR reuniu diversos entes do setor público das esferas municipal, estadual e federal para traçar um panorama da Educação a Distância no Estado de Goiás. O evento “Educação Superior Pública a Distância – Avaliação e perspectivas para Goiás” recebeu coordenadores de Polo e coordenadores, professores e tutores dos cursos a distância da UFG, além de representantes das Secretarias de Educação do Estado de Goiás (SEDUC-GO) e de vários municípios goianos, da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e da Diretoria de Educação a Distância da CAPES (DED/CAPES).


 
 
O Coordenador-geral de Programas e Cursos em EaD da DED/CAPES, Marcello Ferreira, apresentou o caso do sistema da Universidade Aberta do Brasil (UAB) como política pública para o ensino superior no Brasil. O sistema UAB é responsável pela gerência de 650 polos distribuídos no país (53 no Centro-Oeste) que recebem cursos de 103 Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES). Mais de 400 mil alunos estão/estavam vinculados ao sistema em 2013, dos quais 240.069 ainda estão cursando um dos 977 cursos oferecidos pelas IPES através da UAB. “A CAPES tem oferecido mais cursos de licenciatura e especialização sobretudo em razão do foco na formação de professores, mas também há numerosos cursos de bacharelado e extensão”, destacou Marcello Ferreira.

 

Estudos apresentados pelo representante da DED/CAPES revelam que o nível de organização e institucionalização da EaD numa instituição são diretamente proporcionais à qualidade do ensino oferecido nessa modalidade. “Infra-estrutura e serviços oferecidos ao estudante são itens bem avaliados pelas instituições de ensino – embora saibamos da necessidade de fazer o aluno se sentir parte da universidade de forma efetiva. 'Planejamento' e 'Pessoal', por sua vez, são áreas com deficiência na EaD”, explicou Marcello Ferreira. Nesse ponto, diante das perguntas do público, o palestrante reconheceu que “há precarização das atividades de professor na EaD. Contudo, nem mesmo durante a greve da categoria no ano passado, recebemos qualquer proposta concreta de alteração desse quadro”, informou.
O evento também recebeu a professora Catarina de Almeida Santos, da Universidade de Brasília (UnB), que apresentou diversas perspectivas para a expansão da modalidade de ensino no país. “A EaD pode ter qualidade, mas é preciso garantir condições”, afirmou. “O crescimento da modalidade de ensino, impulsionado pelas universidades federais, acompanha o progresso da educação presencial. Mesmo assim, o ensino a distância tem existido como uma estrutura paralela dentro das instituições públicas: daí a necessidade de institucionalização e de percebermos que problemas básicos de infra-estrutura, como uma conexão de internet deficiente, podem romper com todo o processo”. De acordo com a pesquisadora, a internet não pode ser o único meio de mediação da EaD, mas por outro lado, “as instituições precisam entender que os alunos que recebem não são os mesmos de 20 anos atrás”.

 O reitor da UFG, Prof. Edward Madureira Brasil, ressaltou que frente aos mais de 7 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e apenas 1 milhão de vagas ofertadas pelas IPES, “o Brasil precisa ter pressa com o ensino superior”. “Não vejo nenhuma outra possibilidade de acelerar o progresso de nosso país senão a expansão do acesso ao ensino superior público de qualidade – seja ele presencial ou à distância, visto que a tendência de hibridismo aponta para o fim dessa separação. Por isso, o planejamento e os recursos são tão essenciais quanto a necessidade de nossas unidades acadêmicas ofertarem cursos a distância”, completou.








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